domingo, 17 de dezembro de 2023

"Homens pedem para beber meu leite quando posto vídeos amamentando", desabafa a mulher.

Em seus perfis nas redes sociais, a influenciadora americana Alison Ellsworth compartilha vários constrangimentos que já passou por escolher amamentar em público: "Muita gente ainda acredita que a amamentação é algo inadequado, como se fosse um absurdo bebês fazerem algo que é natural para eles"
Quem nunca ouviu comentários indesejados e desagradáveis enquanto estava amamentando que atire a primeira pedra. Como toda mulher que passa por essa experiência, a influenciadora americana Alison Ellsworth, 28, também tem episódios do tipo para contar e, agora, ela compartilha algumas dessas histórias — nada agradáveis — para os seus mais de

Alison é mãe do pequeno Greyson, 1, e, desde que deu à luz, optou por amamentar em livre demanda, respeitando o ritmo e as vontades do bebê. "Eu sempre tive reações ruins de pessoas que julgavam a minha escolha, tanto na vida real quanto das redes sociais. Ainda existe um estigma sobre isso. Muita gente tem essa ideia de que amamentação é algo inapropriado, uma forma de chamar a atenção e que deveria ser restrita", disse em entrevista ao jornal Daily Star

Uma em cada cinco mães que amamentam em publico foram assediadas por fazer o ato em publico. 

Segundo a influenciadora, ela coleciona comentários desagradáveis de todo tipo de pessoas: homens, mulheres, pessoas mais novas, mais velhas... "Recebo muitos comentários grosseiros de homens. Eu faço lives no meu perfil do Tiktok e recebo muitos comentários pedindo para tomar um pouco do meu leite. Eu queria só que eles parassem de fazer isso. Existem sites específicos para isso, se você tem o fetiche. Não é preciso perturbar mães e bebês de verdade."

Alison confessa que, ainda assim, os comentários vindo de mulheres são os que mais a incomodam. "Podem ser mulheres da minha idade ou mais velhas, mas sempre dizem coisas como 'Ah, você está deixando ele te usar como chupeta' ou 'Você está atrapalhando sua vida'. Fico incomodada de verdade. Muita gente ainda acredita que a amamentação é algo inadequado, como se fosse um absurdo bebês fazerem algo que é natural para eles", explicou.

Até mesmo seus familiares, que supostamente deveriam apoiá-la em sua decisão, também já lançaram falas questionando sua escolha. Certa vez, em um evento, quando o bebê tinha apenas sete semanas de vida, recebeu comentários em tom de piada sobre estar amamentando em público. "Me disseram que isso incomodaria fulano de tal. Mas eu não me importo em perturbar fulano de tal, eu só me importo com o meu filho", contou.

Apesar dos comentários negativos, Alison garante que pretende amamentar até quando o filho quiser e estiver pronto. "Ele tem quase dois anos agora e não é apenas sobre alimentação. Ele ganha mais do que só nutrição. É uma forma de estarmos juntos e de ele relaxar", finalizou.
Amamentar não precisa ser um tabu

É por causa de comentários e situações como os que Alison expõe em suas redes sociais que muitas mulheres ainda se sentem desconfortáveis em amamentar em público. Uma pesquisa feita no reino unido mostrou que o número de relatos de assédio a mulheres que amamentam só cresceu depois da pandemia.

Mais da metade delas (52%) disseram que estranhos ficam observando a cena, por exemplo. E mais de um quinto das lactantes (22%) confessa que já recebeu comentários negativos depois de compartilhar fotos alimentando seus bebês — a maioria deles feitos por homens, assim como acontece sempre que a influenciadora faz lives em seu perfil.

No Brasil, a situação não é muito diferente. Por aqui, a maioria das mulheres também não se sente à vontade para amamentar na frente de desconhecidos e acaba recorrendo a formas de esconder os seios, quando está nessa situação. É o que aponta o estudo " A percepção da mulher sobre espaços para amamentação, publicado na Revista Mineira de Enfermagem.

“Isso mostra que temos um problema cultural, que é preciso trabalhar na sociedade o olhar de que o peito da mulher que está amamentando é o peito de uma mãe provendo nutrição”, explica Cândida Caniçali Primo, do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), uma das autoras do trabalho.

O pediatra e colunista da CRESCER, Moisés Chencinski, também questiona a forma como muitas pessoas ainda enxergam o ato de amamentar. "O mesmo seio que é visto como objeto de prazer é o seio que amamenta uma cria. Não há julgamentos ou críticas a nenhuma dessas mulheres quando elas estão com os seios menos protegidos na praia, no carnaval ou em propagandas. Será que uma mãe que amamenta seu filho não mereceria, no mínimo, um tratamento respeitoso? Amamentar em público é um direito, não uma obrigação, da mulher e do bebê", conclui. 

Mas e você que curte a fetiche ou amamenta que acha desta questão? Eu como fetichista tenho maior tesão em mulher em período gestacional e sem menor duvidas em seus maravilhosos e delicioso seios cheios de leite.  

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